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Entre sonhos e galáxias


“A literatura ensina que cada um contém em si galáxias e sonhos”


O ser humano é múltiplo e dotado de várias capacidades e de diferentes formas de entender e/ou sentir a vida. Ora vemos de forma mais objetiva, ora mais subjetiva, onde muito de nossas emoções se encontram. Bem como, a arte e seu paradoxo, onde temos um “eu” interior, vivo, subjetivo e altruísta, mas que para se fazer visto e compreendido, precisa dum “diálogo” - uma comunicação com o outro, que podem estar em simples e belos momentos, que podem mexer com nossas sensações e ideais.

Já que a arte tem o poder de sensibilizar e penetrar em nós novas sensações e prazeres, nossos sentidos podem se renovar no contato com o novo, com o belo e o agradável. Todo novo contato pode ser uma nova descoberta, tanto de interpretação e sentido, quanto da capacidade de ver o mundo: suas belezas e significados. A arte aqui, pode ser tanto a música, quanto a fotografia, mas também a dança, dramatização e a literatura, diferentes modalidades, que tem a habilidade de transcender o ser humano, quando dela faz uso, em seus mais profundos anseios.

A arte, "constitui uma farta contribuição reflexiva sobre a condição humana. Mas também o romance e o cinema oferecem-nos o que é invisível nas ciências humanas; estas ocultam ou dissolvem os caracteres existenciais, subjetivos, afetivos do ser humano, que vive suas paixões, seus amores, seus ódios, seus envolvimentos, seus delírios, suas felicidades, com boa e má sorte, enganos, traições, imprevistos, destino, fatalidade". (Morin)

Mostrando o quão profundo o ser humano pode ser, mas também singular e flexível nessas várias situações, presentes no espaço e tempo. Como citado por Morin “As artes levam-nos à dimensão estética da existência e – conforme o adágio que diz que a natureza imita a obra de arte – elas nos ensinam a ver o mundo esteticamente”. Além da condição universal de ser, o homem possui a capacidade da linguagem, que é o canal para toda essa dimensão poética e estética da existência, essa proporciona ver e sentir o mundo esteticamente – significativamente-, sendo responsável ainda, por reger nossa felicidade, que depende de uma multiplicidade de condições: amar, comunicar, elementos que permitam uma vida poética.

Bem como, nossas peculiaridades e as forças que com elas andam. Quando se acredita que o ser humano é capaz de sentir felicidade e de demonstrá-la ao fazer simples atividades, percebe-se um coração simples e receptivo às coisas que lhe possibilitam alçar vôos de imaginação. Como Eduardo Galeano já dizia: a utopia é o horizonte, e é fundamental para nos manter caminhando.


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