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Muito mais capazes do que nossas verbalizações

Uma prova bate à porta, por isso deveria estar estudando, pois sinceramente não sei se estou preparada, ou pelo menos não como desejava. Na medida do possível, tenho feito leituras e treinado as etapas, mas também, me “preocupa” a ideia de que em uma das fases eu serei a primeira, por, segundo o professor, os melhores serem os últimos. Dando abertura para inquietações: Vou para prova com o sentimento de fracasso ou mostro que posso ser melhor?

Mas de qualquer forma, não foi o “divã” que me fez abrir uma página do Word pra escrever. O fato é que independente da prova e o seu resultado estarem me preocupando, bem como outras questões profissionais e financeiras. Os últimos dias foram muito felizes, de muitas provocações e aprendizado.

Tivemos três lindos dias de encontros e trocas no congresso “Sala de aula e sentidos, o que aprender?”. Onde pudemos participar de oficinas e comunicações muito eficientes, mas especialmente, fomos tocados pelas belas palavras dos palestrantes. Em que, além de dar novos sentidos para prática em sala de aula, pudemos refletir a respeito da atuação como professores – ainda estudante -, mas também sermos tocados por músicas, cheiros, poesias e diferentes emoções.

Todos palestrantes, nas suas singularidades e competências, trouxerem diferentes olhares para como ensinar em sala de aula, seja esse, se adaptando à educação 3.0, às metodologias ativas, à interdisciplinaridade, à sala de aula invertida ou ainda, e não menos importante, à sala de aula como laboratório. Transições muito significativas, se considerarmos especialmente, os tempos atuais, em que os nosso jovens são bombardeados e influenciados diariamente por novos estímulos. De que forma esse jovem pode ser atraído e se sentir provocado pelo professor? Como podemos ensinar? Quais são nossos objetivos? E quais condições oferecemos nesse mundo paradoxal?

A era é do conhecimento e da civilização cognitiva, precisamos aprender a aprender e a criar ambientes de aprendizagem para que o aluno tenha curiosidade e sinta-se apaixonado pela proposta do professor, bem como encontrar o interesse do aluno. Sabemos, no entanto que não há receitas prontas, mas os cardápios precisam ser variados, pois nossas salas são múltiplas e heterogêneas, e isso precisa ser respeitado, mostrando-se ser somente mais um, dos vários desafios do professor.

Por isso, uma sala de aula “tradicional” nem sempre é a melhor alternativa, com dosagem e equilibro, demais formas de perceber a aula são importantes, pois assim, poderemos ter mais chances de atingir, instigar, provocar e sensibilizar nosso aluno para o encontro do desconhecido e tornar nossa proposta um pouco mais significativa.

São encontros como esse, que a crença na docência se renova, e além de proporcionar conhecimento, nos mostra novas chances e perspectivas de equilíbrio para tentar elaborar e aplicar uma aula. Já que, “integrar conhecimento significa apreender disseminar e os transformar” (Fazenda, 2006), para que não fique somente na utopia. Pois sim, num país subdesenvolvido como nosso, é imprescindível não pensar na inviabilidade de todas novas formas de dar uma aula, envolver um estudante e o transformar em alguém mais autônomo e crítico. Pois abrange fatores, que muitas vezes, vão além dos muros da escola. Nem todo jovem tem chance de narrar sua história.

Minha vida docente está só em processo, e mesmo sabendo das dificuldades, tanto sociais quanto pessoais, acredito cada vez mais nessa escolha e no que posso oferecer aos jovens estudantes. Sabemos que somos muito mais capazes, do que nossas simples verbalizações


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