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De olho na fechadura

Não se pode mais falar, dar detalhes, pois além de estarmos satisfazendo a curiosidade alheia, estaremos dando ainda mais portas pra imaginação, por vezes muito difamatória. Essa falta de privacidade, poderia ela ser um reflexo do “novo tempo” em que vivemos? Uma sociedade em que tudo é pra ontem, rápido e fugaz, provocando insegurança e medo, gerando ainda, uma sensação de vazio, que logo serão preenchidos com outros mais rápidos vazios.

Redes sociais têm servido como válvulas de escape para esse vazio na sociedade, mas provocado ainda, uma síndrome de “status”, podendo gerar às vezes uma falsa felicidade.

Nós vivemos em um mundo brilhante, mas com uma sociedade de consumo em crise, em que ser bem sucedido é o equivalente a ser aceitável. Como explica Bauman, estamos extensivamente expostos e o culto às celebridades está em toda parte, a vida na vitrine já está internalizada. Pois só se é importante se for visto e alguém, por acaso, visite sua página, curta ou deixe algum recado, proporcionando o pertencimento a esse mundo, de realidade virtual. Desconectados, essas ofertas assumem outro valor, em que o homem precisa reaprender a conviver até com ele mesmo.


Outro dia, em discussões e filosofias de mesa de bar, sobre os mais variados assuntos, como: preconceito, assédio, dentre outros temas em voga... pensamos porque é tão difícil pra nossa sociedade aceitar a liberdade de cada um e o diferente. Lembramos de como alguns aspectos e espaços na Alemanha funcionam, de como o espaço do outro é respeitado. Como por exemplo, as bibliotecas - espaços púbicos -, você pode chegar a qualquer hora do dia, pegar lugar, e, se sentir necessidade de sair, teu material (livros, cadernos, notebook, bolsa) pode ficar na mesa, sem que se preocupe se alguém cogite a ideia de chegar perto.

Questionamos ainda, porque ter eletrônicos (notebook e celular) sem senhas pode ser errado, afinal, o que não nos pertence, logo não merece nosso interesse. Assim é com a polêmica do shortinho ou da mulher quando sair à noite sozinha, que será estuprada se tiver que cuidar com supostos comportamentos de uma sociedade não educada. Então, pode ser um equívoco nosso, julgar a roupa com a qual a mulher sai à rua, mas isso é mais uma prova de que a sociedade precisa ser reeducada para com a liberdade do outro. Precisamos olhar com mais carinho para as sociedades que tem a diversidade e os diferentes espaços respeitados pela população, e mesmo que distante de nós e de nossa realidade, tentar ver como uma possibilidade de exemplo.


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