top of page
Nenhum tag.
Tags
Destaque

A previsão é de chuva

Muitas são as vezes em que vivemos no tal “piloto automático”, o dia já começa com o pensamento no fim dele. Parafraseando Zygmunt Bauman “Vivemos em tempos líquidos. Nada é para durar.” Os tempos andam frenéticos, não largamos o smartphone nem na hora das refeições e lanches substituem refeições completas. São muitas informações. Nossas reflexões andam ralas e fragmentadas. Pensamos que sabemos das coisas. Acreditamos nos conhecermos bem. Nos acostumamos com uma rotina e com seus altos e baixos. Não nos debruçamos mais sobre longas leituras de um livro. Esquecemos de dar uma “paradinha” e refletida, tanto no que tem acontecido conosco, quanto ao nosso redor. Pouco encontramos um tempo para uma conversa mais longa com um amigo. Comemos, bebemos, falamos e observamos tudo muito rapidamente e profundamente como um fogo de palha que garante estragos, mas é breve demais para queimar a alma. Outro dia, em uma tarde de chuva, no meu quarto, por momentos me permiti parar o que fazia, para ouvir o silêncio. Ou melhor o silêncio da chuva, ou seria o tormento que o silêncio da chuva estava trazendo? Ou a calma que o ruído da chuva estava proporcionando? O silêncio sendo povoado pelos ruídos da alma, descobrindo que quem nos habita pode ter muito a nos dizer.

Essa passagem me trouxe à tona um “filme” na cabeça. A vida, seus caminhos, cheiros, perfumes, lugares, momentos... Estar em silêncio e em pensamento consigo, pode de fato, fazer maravilhas, às vezes. Precisamos aprender a saborear os momentos, as pessoas, as palavras, como quem sorve de um bom vinho lentamente, como quem sente o doce derreter de um chocolate. Precisamos ouvir mais e acalmar a respiração. Precisamos do silêncio, esse cheio de tantas coisas. Ele é uma boa companhia, acalma e nos faz pensarmos e saber quem somos e como podemos preencher em nós, vazios.


bottom of page